Rafael de Luna Freire, Incomodando quem está sossegado: A obra de Plínio Marcos no teatro, literatura e cinema. Rio de Janeiro: Multifoco, 2011.
Dia 21 de setembro, a partir das 19h.
Local: Espaço Multifoco (Av. Mem de Sá, 126, Lapa)
Abordando filmes e cineastas esquecidos ou menosprezados por uma história do cinema brasileiro ainda extremamente seletiva e redundante, a pesquisa sobre as adaptações da obra de Plínio Marcos constituiu-se num desafio tão grande quanto o de abordar a própria carreira do “autor maldito”. Aqui apresentada em forma de livro, o texto decorrente da dissertação de mestrado articula de forma exemplar a leitura atenta das traduções efetuadas entre as diferentes linguagens na passagem do teatro para o cinema e mais – o entendimento da inexorável relação intertextual entre experiência vivida e criação artística, o autor e a História, as utopias e o peso da realidade.
Do prefácio de João Luiz Vieira.
A PESQUISA
O livro teve origem na dissertação de mestrado intitulada Atalhos e quebradas: Plínio Marcos e o cinema brasileiro, aprovada com louvor no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense, em junho de 2006.
Em 2008, Rafael de Luna Freire foi curador e produtor-geral da mostra de filmes Navalha na tela: Plínio Marcos e o cinema brasileiro, realizada de 12 a 24 de fevereiro de 2008, na CAIXA Cultural do Rio de Janeiro. Nessa ocasião, uma nova versão do texto foi publicada como catálogo do evento, tendo sido distribuída gratuitamente aos espectadores da mostra.
Desde então, a pesquisa foi revisada e ampliada através do acesso a materiais inéditos e a realização dezenas de entrevistas, sendo finalmente publicada com o título “Incomodando quem está sossegado: A obra de Plínio Marcos no teatro, literatura e cinema” pela editora Multifoco.
O TEMA DO LIVRO
O foco principal da pesquisa originalmente eram as adaptações para o cinema da obra do dramaturgo, jornalista e escritor santista Plínio Marcos dos anos 1960 até os dias de hoje. São nove longas-metragens realizados ao longo de mais de três décadas por oito diferentes cineastas: A navalha na carne (dir. Braz Chediak, 1970), Dois perdidos numa noite suja (dir. Braz Chediak, 1971), Nenê Bandalho (dir. Emílio Fontana, 1971), A Rainha Diaba (dir. Antonio Carlos da Fontoura, 1974), Barra pesada (dir. Reginaldo Faria, 1977), Barrela: escola de crimes (dir. Marco Antonio Cury, 1994), Navalha na carne (dir. Neville D’Almeida, 1997), Dois perdidos numa noite suja (dir. José Joffily, 2003) e Querô (dir. Carlos Cortez, 2007).
As semelhanças e diferenças nas abordagens da obra de Plínio Marcos – marcada pela linguagem nua e crua, pela violência e crueldade das ações, pelos personagens e cenários marginais – revelam as diferentes formas que essas questões foram trabalhadas de uma forma mais ampla pelo próprio cinema brasileiro.
Mas, além do cinema, o livro Incomodando quem está sossegado – uma frase do próprio Plínio – é ainda um painel da trajetória artística de um dos maiores artistas brasileiro, de seu passado como palhaço de circo, da luta no teatro amador e dos bastidores da TV, da consagração que coincidiu com o endurecimento da censura durante a ditadura, da marginalização profissional e sua transformação em um exemplo de militante cultural em esquemas alternativos e independentes.
Desse modo, através da carreira singular de Plínio Marcos, o trabalho de Rafael de Luna Freire é um retrato brilhante dos caminhos e descaminhos da cultura brasileira nas últimas décadas.
Um comentário:
quem estiver interessado em adquirir o livro, entre no site da editora:
www.editoramultifoco.com.br
Rafael
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