[Texto publicado originalmente no catálogo da 7.CineOP - mostra de cinema de Ouro Preto, realizada em junho de 2012]
A preservação do cinema brasileiro da década de 60: ações e lacunas [1]
por Rafael de Luna Freire
Os anos 1960 testemunharam o apogeu do
mais celebrado movimento do cinema brasileiro, o Cinema Novo. A década foi o
período de afirmação do “cinema brasileiro moderno”, que, em sua “atualização
estética”, nas palavras de Ismail Xavier (2001, p.18), “acertou o passo do país
com os movimentos de ponta de seu tempo”.
Como Glauber Rocha propunha como programa
em sua Revisão crítica do cinema brasileiro
(1963), os filmes realizados naquela década por jovens críticos e intelectuais
alteraram o estatuto do cineasta na cultura brasileira, colocando-o no mesmo nível
de respeito e consideração das principais realizações literárias, teatrais e
musicais contemporâneas. Naturalmente, a crítica – e uma historiografia
produzida essencialmente por críticos e cineastas – consagrou esses filmes como
os maiores representantes da nossa cinematografia, merecendo, a partir daí,
quase um monopólio de atenção e celebração.
Os filmes do Cinema Novo, porém, não
fugiram à regra histórica do cinema brasileiro e, apenas algumas décadas após serem
realizados, também sofreram as conseqüências da degradação que apenas ações
sistemáticas, contínuas e integradas de preservação poderiam evitar. Assim,
obras de cineastas consagrados foram recentemente objetos de projetos de
restauração de grande porte e extrema visibilidade.
Entretanto, é interessante pensar nesses
projetos dentro do contexto mais amplo da atividade cinematográfica nos últimos
anos. Com o modelo de financiamento da Embrafilme em crise ao longo de toda a
década de 1980, o Governo Collor abraçou o modelo neoliberal, extinguindo da
noite para o dia os principais órgãos federais de cultura. Os governos Itamar e
FHC, diante da mobilização resultante da queda acentuada na produção
cinematográfica decorrente do fim de um modelo sem a substituição por outro,
consolidaram as leis de incentivo que permitiam que os filmes fossem
financiados por empresas privadas e estatais através de recursos oriundos de
renúncia fiscal. O “mercado” passava a determinar quais projetos seriam ou não
financiados, resultando na eleição de novos critérios (tão questionáveis quanto
os anteriores) que passaram a reger a escolha dos contemplados com verbas.
Foi nesse contexto que surgiram projetos
como os de restauração da obra de Joaquim Pedro de Andrade e Glauber Rocha,
caracterizados, em suas devidas proporções, pela escolha de nomes de apelo e
projetos de grande porte que dariam visibilidade à empresa patrocinadora – no
jargão, filmes que “agregariam valor” à marca. Exposição na mídia garantida
pelo lastro cultural das obras (clássicos do cinema nacional), o recurso à
tecnologia de ponta (restauração digital), cuidadoso embasamento profissional
(apelo a consultores nacionais e internacionais), possibilidade de acesso em
novos suportes e meio (projeção digital e DVD) caracterizaram esses projetos.
A perspectiva “autorista” – ainda
dominante em nossa crítica e academia – orientou também a seleção dos filmes da
década de 1960 que foi objeto de ações de preservação no século XXI: aqueles incluídos
na filmografia de determinado “autor”. Objetivos possivelmente mais técnicos –
como a escolha das obras cujos materiais estivessem em pior estado de
conservação, ou seja, os filmes que corressem maiores riscos de se perder – não
cabiam neste cenário. O que pesava era haver agentes organizados para captar os
recursos (as herdeiras de Glauber e Joaquim são, ambas, cineastas e produtoras)
e a possibilidade de oferecer um bom “retorno” ao patrocinador. Como colocou
Marco Dreer Buarque (2011), a restauração do Cinema Novo foi uma “ação das
famílias”.
As Cinematecas que poderiam utilizar
outros critérios na seleção de projetos de restauração não o fizeram por
diversos motivos. A Cinemateca do MAM-RJ, em grave crise, teve dificuldades de
dar continuidade a esse trabalho (seu principal funcionário, Chico Moreira, foi
para a Labocine, em 2000). Em contraste, a Cinemateca Brasileira (SP) viveu o
momento de maior pujança financeira de sua história, mas praticamente adotou os
mesmos critérios do mercado, participando, sobretudo, de projetos que
conseguissem captar seus recursos independentemente, incluídos a feitura de
novas cópias de difusão por produtores de mostras e festivais, ou editais
públicos patrocinados pela Petrobrás.
Não surpreende, portanto, que o cinema da
década de 1960 seja, atualmente, uma painel de contrastes gritantes em termos
da preservação. Por um lado, os filmes de Glauber, Joaquim Pedro e, também, os
de Leon Hirszman (projeto iniciado em 2005) e Nelson Pereira dos Santos
(projeto que se arrasta desde 2001, pelo menos) têm sido alvo de alentados projetos
de restauração. Trata-se, grosso modo, da lei do mercado: dos filmes que há
maior “demanda” por bons materiais em circulação, resulta maior “oferta” de
cópias novas ou restauradas.
A filmografia dos anos 1960 de outros
cineastas do Cinema Novo, porém, não receberam a mesma atenção, seja por seus
materiais estarem devidamente preservados e/ou mais acessíveis, ou por eles
mesmos (ou seus representantes) não terem conseguido viabilizar a feitura de projetos
ou seu financiamento nos mesmos moldes dos já citados. Talvez eles tenham
apenas chegado tarde, após o mercado ter “saturado”. Ironicamente, os projetos
de restauração deixaram de ser novidade ao mesmo tempo em que não se transformaram em rotina, pois alguns
estão interrompidos ou não tiveram continuidade, muitos nem chegaram a começar,
e pouquíssimos estão em andamento.
Se Walter Lima Júnior teve seu primeiro
longa-metragem, Menino de Engenho
(1965) restaurado em ação do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro
(CPCB), cinema-novistas menos célebres receberam muito menos atenção ainda. O
maior exemplo da insensatez dessa lei da selva de “cada um por si” é o fato do
longa-metragem em episódios Cinco Vezes
Favela (1962) não poder, atualmente, ser visto integralmente em uma boa
cópia, com exceção dos curtas Couro de
gato (Joaquim Pedro de Andrade) e Pedreira
de São Diogo (Leon Hirszman). De Miguel Borges, diretor do episódio Zé da Cachorra, não se pode ver
atualmente os importantes longas Canalha
em crise (1965) ou Perpétuo contra o
Esquadrão da Morte (1967).
A possível conseqüência da permanência de
um cenário tal como o esboçado é a impossibilidade de termos uma visão mais
nuançada e menos “oficial” da década de 1960, lembrando que o Cinema Novo
conquistou no campo cinematográfico brasileiro hegemonia não só cultural, mas
também política, especialmente a partir dos anos 1970. Se ao invés de nos
pautarmos pelos diretores, tentássemos traçar um quadro dos principais
produtores dos anos 1960, veríamos um quadro bastante incompleto com muitas
obras que demandam maior atenção, bastando pensar na produção de Jarbas Barbosa
(J. B. Produções), Roberto Farias (R.F. Farias) e Jece Valadão (Magnus Filmes),
sócios da distribuidora Ipanema Filmes.
Nos anos 1960, Jarbas se dedicou em
grande parte a chanchadas tardias e filmes musicais com astros da Jovem Guarda
e, de títulos como Carnaval Barra Limpa
(J. B. Tanko, 1967) com fotografia cinemanovista de Dib Lutfi, ou Juventude e ternura (Aurélio Teixeira,
1968), estrelado pela “ternurinha” Wanderléa, existem apenas os negativos
originais. Roberto Farias, embora sua importância venha sendo resgatada
recentemente, também tem grande parte dos filmes que dirigiu e produziu sem
cópias de circulação à altura.
Jece Valadão é um caso mais trágico.
Genro de Nelson Rodrigues, as adaptações do “anjo pornográfico” que o eterno
cafajeste produziu passaram os últimos anos sem circular pelo fato dos
materiais únicos e bastante deteriorados não terem merecido nenhuma ação
efetiva. Consequentemente, do primeiro ciclo “rodriguiano” no cinema
praticamente só se conhece Boca de Ouro
(Nelson Pereira dos Santos, 1963) e A
falecida (Leon Hirszman, 1965).[2]
Valadão também produziu filmes que
integram a vasta lista de títulos dos anos 1960 considerados perdidos,
incluindo um melodrama-cômico-político História
de um crápula (Jece Valadão, 1965), a cinebiografia da cantora Dolores
Duran A noite do meu bem (Jece
Valadão, 1968), e um extraordinário filme em episódios intitulado Os viciados (Braz Chediak, 1968). Neste,
Jece Valadão interpretava um viciado em maconha que fazia com que sua mãe
fumasse baseados sem perceber, aproveitando seu barato para ter relações
incestuosas com ela... Infelizmente, desse exemplar de drama sensacionalista
edipiano não temos mais nenhuma imagem ou som (cf. FREIRE, 2011, p. 113-6).[3]
Neste momento, deve ser feita uma
observação: Apesar da enorme importância do Canal Brasil na difusão do cinema
brasileiro, a inclusão de alguns filmes raros dos anos 1960 em sua programação tem
gerado a falsa sensação de que esses títulos estão devidamente preservados,
quando, na verdade, trata-se, em geral, somente da telecinagem dos negativos
originais para a feitura de uma cópia em vídeo. As matrizes continuam no mesmo
estado, sendo gerado apenas um material de difusão num suporte de qualidade
inferior ao original. O caso da exibição na TV paga e do lançamento em DVD dos
filmes produzidos por Herbert Richers, como a comédia Os cosmonautas (Victor Lima, 1962) ou o policial Os raptores (Aurélio Teixeira, 1969), é
exemplar, pois partiram das matrizes em vídeo telecinadas pelo menos dez anos
antes! Sob essa questão, vale citar ainda o projeto de “restauração” dos filmes
de Arnaldo Jabor, que resultaram apenas em versões (alteradas em relação aos
originais) no formato DVD. [4]
O chamado “cinema comercial” dos anos
1960 talvez represente a principal lacuna das ações de preservação, mantendo no
esquecimento obras que possivelmente poderiam ser reinterpretadas e reavaliadas
pelas novas gerações. Do início da década já há duas grandes lacunas, a do
filme policial Mulheres e Milhões (Jorge
Ileli, 1961) – retorno ao gênero do mesmo diretor de Amei um bicheiro – e da comédia Os
mendigos (Flávio Migliaccio, 1963), que trazia em seus créditos vários
integrantes dos Centros Populares de Cultura da União Nacional dos Estudantes
(CPC da UNE). A compreensão do cinema brasileiro de gênero é sumamente
prejudicada pela “morte silenciosa” de filmes que vão desaparecendo sem alarde,
morrendo antes que mais pessoas se interessem por eles. [5]
Além destes, mais conhecidos, há uma
série de títulos dos quais não há referência alguma, tais como Sabor de pecado (Mozael Silveira, 1966)
– do popular gênero “drama com strip-tease” –, ou os policiais Elas atendem pelo telefone (Duílio
Mastroianni, 1962) e Sangue na madrugada
(Jacy Campos, 1964). Outros circulam marginalmente em precárias cópias em vídeo
(hoje “pirateadas” para DVD), lançadas comercialmente nos anos 1980 ou gravadas
da TV aberta nessa mesma época, tais como interessantes policiais Na mira do assassino (Mario Latini,
1967) e Massacre no supermercado (J.
B. Tanko, 1968).
Uma questão importante a se salientar é
que a vertente mais rica desse “cinema comercial” foi a principal responsável
pela realização de filmes brasileiros coloridos nos anos 1960, período quando
os negativos a cores eram muito menos propensos à preservação. Nas décadas
seguintes, o grave desbotamento das cores dos filmes dessa época provocou acirradas
discussões. Exemplos pioneiros do cinema brasileiro colorido como as comédias
cariocas de Carlos Hugo Christensen ou filmes do tipo
turismo-exótico-erótico-musical como Rio
à Noite, Capital do samba (Aloísio T. de Carvalho, 1962), exceções no
panorama da época, já que o colorido só se tornaria mais comum que o P&B a
partir do final dos 1960, correm muito mais perigo de ser perderem total ou
parcialmente. Foi o que aconteceu com o “nordestern” colorido Entre o amor e o cangaço (Aurélio Teixeira,
1965), que sobreviveu incompleto como obra, existindo dele atualmente apenas
uma cópia 16 mm
e preto-e-branco...
Os arquivos de filmes, em parceria com
representantes da sociedade civil (cineastas, pesquisadores, técnicos) precisam
ter condições para exercerem posturas ativas na preservação e restauração,
permitindo salvar filmes em risco antes deles necessariamente gerarem maior
interesse midiático. É caso, por exemplo, de Fábula (Arne Sucksdorff, 1965), extraordinária produção sueca
filmada no país, cuja cópia 16
mm feita a partir do contratipo brasileiro nos anos 1990
foi exibida inúmeras vezes nos últimos anos, permitindo o deslumbramento das
platéias com um filme praticamente ausente das histórias do cinema nacional e
desconhecido da maioria dos cinéfilos. O interesse foi tal que, em 2011, a Cinemateca do MAM,
em parceria com o Instituto Moreira Salles, confeccionou uma cópia nova, agora
em 35 mm.
As lacunas do cinema dos anos 1960
comportam não somente “curiosidades” como são vistos alguns obscuros filmes de
gênero, mas obras fundamentais para a história do audiovisual brasileiro. Um
exemplo é A um pulo da morte (dir.
Victor Lima, 1969), longa-metragem composto de quatro episódios de série
policial 22-2000 Cidade Aberta
(1965-1966) originalmente produzida, em 35 mm, por Herbert Richers para a TV Globo.
Exemplo histórico de um projeto híbrido feito muitos anos antes das atuais
parcerias entre TV e cinema como O auto
da compadecida, Os normais, A grande família etc.
Além de filmes como esses, obras de
grande sofisticação que mereceram elogios da crítica quando foram lançados nos
anos 1960 permanecem órfãos. Podemos citar, por exemplo, os dois longas-metragens
de Gerson Tavares, Amor e desamor (1966)
e Antes o verão (1968). O primeiro
era uma história de amor entre quatro paredes passada na então jovem Brasília.
Já o segundo, adaptação do romance homônimo de Carlos Heitor Cony, é um
belíssimo drama filmado em Cabo Frio, que, em película, sobreviveu numa única
cópia 35 mm
(já avinagrada), correndo, portanto, risco de se perder caso não sejam feitos
novos materiais de preservação. Inspirado pelo cinema europeu de viés existencialista
(Antonioni, Lelouch, Bergman), protagonizado por grandes atores (Leonardo Vilar,
Jardel Filho, Norma Bengell), e distante tematicamente dos filmes mais
engajados do Cinema Novo, a obra de Gerson Tavares, um cineasta de destaque dos
anos 1960, é hoje totalmente desconhecida das platéias.
Se por questão de espaço, esse artigo
concentrou-se apenas na produção ficcional de longas-metragens, muito poderia
ser dito, por exemplo, da preservação dos curtas-metragens dos anos 1960. Do
importante conjunto de filmes participantes das diversas edições do Festival
JB-Mesbla de Cinema Amador, um acervo de cópias 16 mm em diferentes estados de
conservação, apenas alguns poucos curtas de diretores mais reconhecidos (como Documentário, de Rogério Sganzerla),
mereceram algum tipo de intervenção.
Como tentamos mostrar, as lacunas na
preservação – e no conhecimento – do cinema brasileiro dos anos 1960 são muitas.
Caso um conjunto mais amplo e consciente de ações não seja efetivado, a
ignorância sobre o panorama dos filmes realizados nesse efervescente período –
uma década de obras tão diversas e variadas quanto todas as demais – não só se
manterá, como em algum tempo dificilmente poderá ser revertida.
Referências:
BUARQUE,
Marco Dreer. A experiência com restauração de filmes no Brasil. Mosaico, Rio de Janeiro, Cpdoc/FGV, v.
3, n. 5, 2011.
FREIRE,
Rafael de Luna. Incomodando quem está
sossegado: a obra de Plínio Marcos no teatro, literatura e cinema. Rio de
Janeiro: Multifoco, 2011.
ROCHA,
Glauber. Revisão crítica do cinema brasileiro.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1963.
SOUZA,
Carlos Roberto de. A Cinemateca Brasileira e a preservação de filmes no
Brasil. Tese de Doutorado, Escola de Comunicação e Artes da Universidade
de São Paulo (USP), São Paulo, 2009.
XAVIER,
Ismail. O cinema brasileiro moderno.
São Paulo: Paz e Terra, 2001.
[1] Aradeço a todos os
colegas que compartilharam algumas das informações utilizadas neste artigo.
[2] Asfalto selvagem (J. B. Tanko, 1964), que permanece absolutamente desconhecido, tem os negativos de imagem ainda em bom estado, mas os negativos de som irrecuperáveis. A Cinemateca do MAM possui uma cópia 16 mm. Bonitinha, mas ordinária (J. P. de Carvalho, 1963), já contratipado, teve cópia nova 35 mm feita para a mostra “Raros e clássicos do cinema brasileiro”, em 2010. Já Engraçadinha depois dos trinta (J. B. Tanko, 1966) tem seus negativos de som em avançado estado de degradação. Com uma fantástica atuação de Fernando Torres e do restante do elenco, este filme merece ser redescoberto.
[2] Asfalto selvagem (J. B. Tanko, 1964), que permanece absolutamente desconhecido, tem os negativos de imagem ainda em bom estado, mas os negativos de som irrecuperáveis. A Cinemateca do MAM possui uma cópia 16 mm. Bonitinha, mas ordinária (J. P. de Carvalho, 1963), já contratipado, teve cópia nova 35 mm feita para a mostra “Raros e clássicos do cinema brasileiro”, em 2010. Já Engraçadinha depois dos trinta (J. B. Tanko, 1966) tem seus negativos de som em avançado estado de degradação. Com uma fantástica atuação de Fernando Torres e do restante do elenco, este filme merece ser redescoberto.
[3] É válido notar o interesse despertado na
nova geração de críticos por O matador
profissional (Jece Valadão, 1969), exibido em cópia nova na já citada
mostra “Raros e clássicos do cinema brasileiro”.
[4] O lançamento em DVD é sempre importante em termos de difusão, mas o vídeo analógico e o digital não são os melhores suportes de preservação para filmes originalmente realizados em película, como os dos anos 1960.
[5] Carlos Roberto de Souza (2009, p. 219-20) relatou que, em 2001, chegaram à Cinemateca Brasileira os negativos originais de Mulheres e Milhões em estado avançado de degradação, com a emulsão se desprendendo do suporte durante a inspeção do primeiro rolo. Um trecho do filme (o da cena do roubo ao cofre) pode ser visto no documentário de compilação Panorama do cinema brasileiro (Jurandyr Noronha, 1968).
[4] O lançamento em DVD é sempre importante em termos de difusão, mas o vídeo analógico e o digital não são os melhores suportes de preservação para filmes originalmente realizados em película, como os dos anos 1960.
[5] Carlos Roberto de Souza (2009, p. 219-20) relatou que, em 2001, chegaram à Cinemateca Brasileira os negativos originais de Mulheres e Milhões em estado avançado de degradação, com a emulsão se desprendendo do suporte durante a inspeção do primeiro rolo. Um trecho do filme (o da cena do roubo ao cofre) pode ser visto no documentário de compilação Panorama do cinema brasileiro (Jurandyr Noronha, 1968).
Um comentário:
Muito bom este site! Acho importante a preservação de tantos quantos possíveis registros do cinema de todas as épocas principalmente na época da censura em que muitos filmes foram mutilados. Há algum site (ou neste blog mesmo) que pesquise o destino de filmes que não se encontram mais por não existirem cópias e nem mais os originais?
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