quarta-feira, 30 de junho de 2010

Seminário "Digitalização e acervos históricos" do CPDOC da FGV

Está disponível no Portal CPDOC a gravação integral do seminário “Digitalização e difusão de acervos históricos: a experiência recente do CPDOC”, que teve lugar no dia 9 de abril de 2010. É só clicar, na coluna “Notícias e eventos”, à direita, sobre a chamada para o seminário. O acesso também pode ser feito diretamente pelo endereço http://cpdoc.fgv.br/seminarios/2010/real.
(enviado por e-mail)

O Dilema Digital em português

O fundamental relatório produzido pelo comitê de ciência e tecnologia da Academia de Artes e Ciências Cinematográfica de Hollywood, "The Digital Dilemma", foi traduzido para o português pela Cinemateca Brasileira.
"O Dilema Digital" está disponível para download em pdf no site da Cinemateca Brasileira, gratuitamente, sendo necessário apenas o cadastro.
A versão impressa em português também pode também ser adquirida na bilheteria das salas de exibição da Cinemateca Brasileira, por R$ 30,00.
Quem preferir a versão original em inglês, ela pode ser baixada diretamente no site da Academia.

domingo, 27 de junho de 2010

Roberto Pires e a restauração de "Redenção"

Vejam excelente matéria na Revista A Tarde (enviada para a lista de e-mails da ABPA) sobre o cineasta Roberto Pires e a restauração de seu primeiro longa-metragem Redenção (1959). A descoberta de uma cópia 16mm desse filme em 2005, até então considerado perdido, foi uma excelente notícia para todos os amantes do cinema brasileiro.
Roberto Pires - como seu xará Roberto Farias - foi um dos mais talentosos cineastas dos anos 1960 apartados do cânone do Cinema Novo. A Grande Feira e Tocaia nos asfalto ainda são filmes fantásticos, mesmo para as platéias atuais. Um dos meus favoritos é Máscara da traição, um dos melhores filmes policiais brasileiros de todos os tempos e que antecipa A outra face (Face off), de John Woo, em trinta anos!
Fica nossa torcida para o lançamento no Rio da cópia nova de Redenção e nossa esperança de que ainda se encontre em algum lugar alguma cópia de Crime no Sacopã, atualmente o único longa-metragem de Roberto Pires ainda perdido.

Fantástica coleção privada na Inglaterra

O ex-projecionista Ronald Grant reuniu desde os anos 1940 uma coleção fantástica de fotos, posters e rolos de filmes, além de objetos (cadeiras, lustres, tapetes etc.) de inúmeras salas de cinema inglesas que iam sendo fechadas ao longo dos anos. Hoje ele mantém um Museu de Cinema privado em Kennington, Londres, e tenta encontrar uma sede definitiva para instalar seu fantástico acervo.
Veja a matéria no Guardian (enviada por João Luiz Vieira)
Ver matéria

No Brasil, uma história semelhante é a do também ex-projecionista Ivo Raposo, que recriou, detalhe por detalhe, com peças originais, o finado Metro Tijuca em seu sítio em Conservatória, RJ, no cinema que intitulou de "Centrimetro" e hoje é sede e símbolo do Festival anual CineMúsica.

sábado, 5 de junho de 2010

Acervo Alcyr Costa - imagens de Belo Horizonte

Conforme reportagem no site da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Alcyr Costa, falecido em 1997 aos 78 anos, tinha uma empresa de cinema desde 1956 e sua família possui, hoje, um acervo sobre Belo Horizonte, com cerca de 500 filmes:

Memória de BH

Dentre as produções do cineasta, Alcely [filha do cineasta] citou um documentário, exibido, na época, no Cine Metrópole, antes do início dos filmes. “Meu pai filmou acontecimentos de destaque, como a criação de novos bairros de BH, a chegada de animais ao zoológico, o carnaval ano 1, promovido pela Prefeitura de Belo Horizonte, a posse de governadores e prefeitos, além de visitas ilustres”, informou. Para o evento da Câmara, Alcely explicou porque escolheu o vídeo ‘Belo Horizonte em três tempos’, de 12 minutos, que mostra BH de manhã, de tarde e de noite e a vida do belorizontino naquela década. “O vídeo mostra o ponto de encontro na Avenida Afonso Pena, o Café Nice, a Esquina dos Aflitos (ponto do comércio na capital), a moda, o tipo de lazer (Ex.: Minas Tênis Clube em 1956), lojas (Ex.: Slooper) e a vida noturna de BH”, completou. Alcely falou, ainda, que, no curta, é mostrado o contraste das grandes mansões da Pampulha com as favelas de Belo Horizonte.

Iniciando sua carreira como fotógrafo, Alcyr fez curso de cinema com o produtor Herbert Richers, a pedido de Juscelino Kubitschek, que o solicitava, sempre, para a filmagem de importantes eventos. Produzindo um filme de JK, Alcyr trabalhou, também, com Cid Moreira, quando este iniciava sua carreira como locutor. O filme “Belo Horizonte em três tempos” tem a locução de Cid Moreira. Alcely salientou que seu pai realizou trabalhos em todo o país. “Temos mais de trezentas latas de filme, incluindo documentários que retratam, além da história de Belo Horizonte – Parque Municipal, Praça da Liberdade e Praça Raul Soares -, o Projeto Carajás, a construção do Porto de Tubarão, Serra Pelada, etc. Ou seja, o acervo revela a realidade de Belo Horizonte, de Minas Gerais e de várias partes do Brasil”, concluiu Alcely.

Preservação do acervo

Alcyr gostaria que seu trabalho não fosse desmembrado. Então, o acervo encontra-se intacto e a Câmara Municipal é o primeiro lugar onde um dos filmes é apresentado ao público. Fazem parte do acervo, além de equipamentos antigos, utilizados pelo cineasta, todo o vestuário apropriado a cada tipo de trabalho. O acervo fica [...] no escritório de Alcyr.

Esta matéria é de dezembro de 2009. Recebi esta semana o seguinte e-mail encaminhado por Hernani Heffner:

"Olá a todos

Envio esse email a várias pessoas e órgãos relacionados ao audiovisual, principalmente preservação e restauração, para alertar sobre um material precioso e único que está deteriorando e que precisa de alguém ou alguma empresa para que isso não ocorra.

Há em Belo Horizonte um acervo de mais de 400 rolos e equipamento de filmagem do Sr. Alcyr
Viana Costa, que fazia filmagens para Kubitschek quando ele era prefeito da cidade, incluindo um documentário maravilhoso chamado "Belo Horizonte em Três Tempos", com a locução de Cid Moreira, que mostra a cidade de manhã, tarde e noite. Também há imagens do projeto Carajás no começo, incluindo a primeira explosão, ou seja, há imagens não só de BH. Esse material está deteriorando, guardado pela filha dele, Alcyra Viana Costa. Segundo ela, está bem acondicionado, mas não segundo os critérios de conservação adequados.

[...]
Ela disse que não tem intenção de doar o material, porque era a vontade do pai dela antes de morrer que se vendesse isso, e da mãe dela também. À época desse vídeo dos 112 anos o Estado de Minas comprou trechos desse filme "Belo Horizonte em Três Tempos". Eu vi essas cenas na web, mas acho que elas estavam restritas para assinantes do EM, porque quem me passou foi um assinante, e nunca mais eu as vi. Ela fez uma cópia desse filme e anda com ele na bolsa o dia inteiro! Disse que eu poderia marcar sessões de exibição para quem estivesse interesse.

Na época da compra dos trechos pelo EM, ela disse que escreveu um projeto para a lei de incentivo à cultura de R$ 180.000,00 para que o CRAV comprasse esse material, o que não foi aprovado.

Ela também não sabia que mesmo se doasse o material os direitos autorais seriam dela ainda, mas mesmo depois de informada disso, ela perguntou quanto ganharia com isso, quanto geralmente paga-se pelo uso de um trecho.

Até agora não encontrei uma forma de reclamar esse patrimônio como bem público, de importância histórico-cultural-cinematográfica, e tentar força-la a doar isso,pois acho que seria o mais justo com o material. Também há sempre apossibilidade da compra disso por empresas ou particulares ou a criação de umprojeto bem elaborado para obter recursos públicos para que ela permita o acessoa esse patrimônio.


Esse e-mail é para tentar encontrar alguma forma de evitar que esse material se perca.


Grato,

Felipe Ivanicska"

No youtube há um vídeo intitulado "Vista Aérea de Belo Horizonte - Década de 50" com imagens do acervo Alcyr Costa/O Estado de Minas, que devem ser do documentário "Belo Horizonte em três tempos".
Parece que a Cinemateca Brasileira, em São Paulo, teria comprado esse acervo, mas não foi divulgada nenhuma confirmação oficial.
Segundo informações do preservador mineiro Alexandre Pimenta (e-mail pessoal de 6 de junho de 2010), o acervo de Alcyr Costa (Panta Filmes) tem cerca de 400 títulos, registrados em sua maioria em negativos, cópias e copiões 35mm, e estão guardados num local onde funcionou um cinema, na rua Tamoios, centro de Belo Horizonte. O CRAv (Centro de Referência do Audiovisual) teria tentado levar para frente projetos para assumir a guarda desse material, mas isso acabou não acontecendo.