domingo, 31 de outubro de 2010

Seminário da Herança Audiovisual

Em comemoração ao Dia Mundial da Preservação da Herança Audiovisual

Os Diários Associados do Rio de Janeiro, em parceria com o Arquivo Nacional, vão realizar o Seminário da Herança Audiovisual, em consonância com o indicativo da UNESCO e apoiado pela Federação Internacional de Arquivos Fílmicos – FIAF, em empreender atividades referentes ao Dia Mundial da Preservação da Herança Audiovisual, comemorado em todo mundo desde 2005.
O objetivo desta data é a disseminação das ações empreendidas na salvaguarda da memória audiovisual da humanidade. Associamos essa importante iniciativa ao projeto de parceria no tratamento documental e salvaguarda da memória do acervo da TV Tupi / RJ, que compõe relevante parcela da história da televisão brasileira.


1° dia (09/11) – Terça-feira

18:00 - Abertura: Seminário da Herança Audiovisual | Arquivo Nacional, Jornal do Commercio e Rádio Tupi | Bradesco Seguros e Cesgranrio

- Coquetel de abertura | apresentação de quarteto de jazz | apresentação de vídeo institucional sobre a história da TV TUPI


2º dia (10/11) – Quarta-feira

14:00- História da Televisão Brasileira

Mediadora: Lacy Barca (TV Brasil) – Abertura da mesa, convite e apresentação dos palestrantes para comporem a mesa

Sílvia Fiúza (gerente de Conhecimento Projeto Memória Globo e Globo Universidade)

Nelson Hoineff (cineasta)

Jorge Adib (co-autor do livro “50 anos de TV no Brasil”)

Vida Alves (atriz e presidente do instituto Pró-TV e do Museu da TV) – homenagem e entrega de buquê à atriz

Abertura da mesa para o debate e inscrição de perguntas pelos participantes

Lacy Barca – Encerramento da mesa e considerações finais


17:30 - Coffee break
18:00 - Projeção do filme “Alô, Alô Terezinha!”, de Nelson Hoineff


3º dia (11/11) – Quinta-feira

14:00 - Projeto Resgate da TV Tupi (Rio e São Paulo)

Mediadora: Wanda Ribeiro - Abertura da mesa, convite e apresentação dos palestrantes para comporem a mesa

J. Almeida Castro (autor do livro “TUPI – Pioneira na TV Brasileira”)

Luiz Sérgio Lima e Silva (autor do livro “TV Tupi, uma Viagem Afetiva”, jornalista e curador do Memorial Norma Suely)

José Maria Pereira Lopes (ex-funcionário TV Tupi São Paulo)

Abertura da mesa para o debate e inscrição de perguntas pelos participantes

16:00 - Coffee break
16:20- Exibição de imagens inéditas da TV Tupi – RJ e SP


4º dia (12/11) – Sexta feira

10:00 - Diretor-Geral do Arquivo Nacional – Professor Jaime Antunes
10:30 - Palestra

Hernani Heffner - conservador-chefe da Cinemateca do MAM, pesquisador e coordenador de projetos da Cinédia. Palestra “O projeto de digitalização do acervo Cinédia”
12:00 - Intervalo
14:00- Mesa Redonda

"A Contribuição da Cinédia no Processo de Industrialização do Cinema Brasileiro"

Mediador: Mauro Domingues - Abertura da mesa, convite e apresentação dos palestrantes para comporem a mesa

Dona Alice Gonzaga – diretora da Cinédia

Rafael de Luna (pesquisador em História do cinema brasileiro, preservação audiovisual e tecnologias das imagens em movimento)

Luiz Alberto Rocha Melo (pesquisador-titular do Projeto Alex Viany, depositado na Cinemateca do MAM)

João Luiz Vieira (professor associado III do Departamento de Cinema e Vídeo e do corpo permanente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFF)

Abertura da mesa para o debate e inscrição de perguntas pelos participantes

16:30 - Coffee Break
17:00 - Homenagem à Cinédia (professor Jaime Antunes – Diretor-Geral do Arquivo Nacional) apresentação do Coral do Arquivo Nacional e exibição do curta metragem produzido pelo AN, em homenagem a Cinédia.
18:00 - Exibição do filme “Maridinho de Luxo”, de Adhemar Gonzaga – 1937
20:00 - Coquetel de encerramento

***Entrega dos certificados na recepção durante o evento

Data: de 9 a 12 de novembro de 2010 (de terça a sexta-feira)
Local: Arquivo Nacional (auditório principal): Praça da República, 173 – Centro – Rio de Janeiro
Realização: Arquivo Nacional e Jornal do Commercio / Rádio Tupi
Patrocínio: Bradesco Seguros - Cesgranrio

sábado, 16 de outubro de 2010

Encontro Nacional de Arquivos Audiovisuais

Na próxima quarta-feira começa o IV Congresso Nacional de Arquivologia - CNA, em Vitória, Espírito Santo. Participarei do Encontro Nacional de Arquivos Audiovisuais que será realizado durante o evento, e ministrarei um mini-curso. Segue abaixo a programação, que pode ser encontrada no site do CNA.

Dia 22/10
5
- Encontro Nacional de Arquivos Audiovisuais:
Coordenadores: Marcelo Nogueira de Siqueira (Arquivo Nacional)

13h30 - Abertura: André Malverdes (UFES)

13h40 - Conferência: “A Câmara Técnica de Documentos Audiovisuais, Iconográficos e Sonoros”
Marcelo Nogueira de Siqueira (Arquivo Nacional)

14h10 - Mesa 1: Acervos e Pesquisa no Audiovisual
Mediadora: Anna Carla Mariz (UNIRIO)

A história do mercado exibidor cinematográfico local através da pesquisa em jornais e dos arquivos pessoais: um estudo de caso do “Projeto Cine Memória: a história das salas de cinema do ES”
André Malverdes (UFES)

Terminologia em arquivos audiovisuais
Thiago Vieira (Arquivo Nacional)

Perspectivas para a digitalização de películas cinematográficas no Arquivo Público do Estado do Espírito Santo
Sergio Oliveira Dias (Arquivo Público do Estado do Espírito Santo)

15h40 - Mesa 2: Políticas de preservação e conservação preventiva
Mediador: Mauro Domingues (Arquivo Nacional)

Higienização e acondicionamento de documentos sonoros do Arquivo Nacional
Mauro Domingues (Arquivo Nacional)

Conteúdos Multimídia: convergência, integração e preservação

Antônio Carlos de Almeida (Rede Gazeta)

O campo da preservação audiovisual: reflexões e perspectivas
Rafael de Luna (UFF/ABPA)


MINI CURSO 1 - dias 20 e 21/10

O que é cinema? Conhecer para preservar: subsidios para identificação e classificação de obras audiovisuais em suporte cinematográficos, com o Prof. Rafael de Luna (UFF/MAM-RJ)


Inspirando-se no título do livro do célebre crítico francês André Bazin (qu'est-ce que le cinéma?) e no do fundamental trabalho do arquivista audiovisual espanhol Alfonso Del Amo (Classificar para preservar), o mini-curso pretende, inicialmente, questionar o que vem a ser o que chamamos de cinema ou filme. A partir dessa indagação e nos remetendo, através da história do pré-cinema (com menção ao teatro de sombras, lanterna mágica, teatro ótico, kinetoscopio, mutoscópio etc.), à origem no final do século XIX do que hoje entendemos como o espetáculo cinematográfico - a projeção de imagens fotográficas em movimento e sua visão coletiva por uma platéia -, consolidaremos uma definição de registro ou documento audiovisual.

A partir daí, o mini-curso investirá na análise das diversas caracterísicas físicas dos registros das imagens em movimento, acompanhadas ou não de som, ao longo do século XIX e XX, descrevendo singularidades referentes ao tipo de suporte plástico, emulsão fotográfica, bitola, formato, perfuração etc., fornecendo subsídios para a classificação adequada dos materiais cinematográficos.

Por fim, nos remetendo a reflexões no campo da preservação audiovisual, da história e teoria do cinema, debateremos a equivalência entre a preservação do documento audiovisual e a preservação do cinema, atentando para particularidades sociais, estéticas, tecnológicas e econômicas da exibição cinematográfica.

O mini-curso constitirá em aulas expositivas, acompanhadas da exibição em powerpoint de imagens ilustrativas dos temas tratados, da projeção de vídeos relacionados às questões discutidas, e da apresentação física de materiais fílmicos para exemplificar suas diferentes características.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Filmes como peças de museu: mostra John Ford

No Rio de Janeiro - e possivelmente nas principais cidades do país - a difusão da história do cinema, uma tarefa essencial dos arquivos de filmes e cinematecas, tem sido exercida sobretudo por centros culturais que contam com mais recursos financeiros para levar a cabo tais iniciativas. Diversos centros culturais espalhados pelo país, a maioria patrocinados por bancos, como o Instituto Moreira Salles, Itaú Cultural, Caixa Cultural e Centro Cultural do Banco do Nordeste, assumem esse papel através da produção de mostras e festivais de cinema. Nesse campo, porém, o destaque inegável é do já veterano Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB.
Enquanto a Caixa Cultural e outros centros culturais (e cinematecas) tem se restringido cada vez mais a mostras de DVD, mais baratas e simples, o CCBB tem se destacado por patrocinar grandes mostras panorâmicas cuja programação consiste de cópias 35mm vindas de diferentes partes do mundo, como já foi notado em outro texto deste blog. Ou seja, assume a tarefa - também dos arquivos de filmes - de tentar apresentar as obras cinematográficas em seus formatos originais ou mais próximo possível deles.
Mas além de mostras de diretores contemporâneos consagrados (como Pedro Costa ou Tsai Ming-Liang), chama atenção a organização no CCBB-RJ de mostras que exibem "filmes antigos", produzidas, em grande parte, por jovens cinéfilos formados não em Produção Cultural, mas em cinema.
Podemos citar as mostras dedicadas a Robert Altman, Woody Allen, Agnes Varda, Alain Resnais, F.W. Murnau, Ozu ou o Cinema Novo Indiano, cujos produtores "penaram" para conseguir cópias em película (e novas ou pelo menos em bom estado) tanto de obras do período silencioso quanto de longas dos anos 1950, 1960 ou 1970. Como nossas Cinematecas são extremamente precárias no que se refere a um acervo de filmes estrangeiros (e continuarão sendo, ao contrário da França, onde existe há anos uma lei de depósito obrigatório de cópias de qualquer filme estrangeiro lançado comercialmente no país), essas mostras contaram e permanecerão contando essencialmente com cópias estrangeiras, ampliando os custos dos eventos com transporte e legendagem eletrônica.
Dentro desse panorama, duas mostras recentes do CCBB me chamaram atenção: Faroeste Spaghetti e John Ford. Em ambas vi algo muito raro: filas e a sala lotada para ver "filmes antigos". Isso não é algo excepcional em outros países. No Cine Doré, da Filmoteca Española, tive que lutar para encontrar um lugar para assistir A feitiçaria através dos tempos, filme nórdico de 1922. Na Cinematheque Ontario, em Toronto, quase não consegui comprar ingresso para uma mostra dedicada a Akira Kurosawa. Em Los Angeles, no cinema do arquivo do UCLA, fui literalmente o último a conseguir entrar para a sessão de uma cópia restaurada do musical inglês Sapatinhos vermelhos, de 1948. Entretanto, há muito que eu não via isso acontecer no Rio em cinemas que não fossem de shopping exibindo blockbusters como Avatar ou Tropa de Elite 2.
Tanto no caso da mostra dedicada ao bangue bangue à italiana quanto ao mestre do western, o público é atraído tanto pelo ineditismo de alguns filmes quanto pela qualidade da projeção em película de títulos mais conhecidos. Nem tudo está na internet e filmes raros da época silenciosa de John Ford certamente não são fáceis de ser encontrados, funcionando como motivo de atração para os cinéfilos. Por outro lado, clássicos como Paixão dos Fortes, Vinhas da Ira ou Como era verde o meu vale já foram lançados em bons DVDs nacionais há muito tempo, mas mesmo assim muita gente não conseguiu ingresso para a sessão do primeiro hoje no CCBB.
Esse "frisson" certamente está associado ao fato de há muitos anos não se ficar sabendo de uma cópia 35mm de umas dessas obras-primas por aqui. Em nosso país, o "cinema clássico", por exemplo, de um John Ford, tem ficado restrito soemnte à TV, internet ou vídeo O mesmo acontece com vários outros grandes cineastas. A Cinemateca do MAM tinha uma cópia 35mm excelente de O tesouro de Sierra Madre já exibida milhões de vezes, mas outros filmes de John Huston, não são projetados há anos em nossas telas de cinema. De vez em quando há relançamentos de algum clássico, como o de Disque M para matar há mais de dez anos, ou de Janela indiscreta também há algum tempo. Mas e quanto a Sombra de uma dúvida ou Pacto Sinistro, para falarmos de outros filmes de Hitchcock? Novamente para citar o MAM, lá existe apenas uma cópia 16mm de A dama oculta já estropiada de tantas vezes que foi exibida...
Além dos clássicos, há os filmes menos conhecidos. Toda uma geração (a minha inclusive) asssistiu aos filmes do Terrence Hill na sessão da tarde da TV, mas quantos já tinham visto seus primeiros faroestes antes dele se consagrar como o parceiro de Bud Spencer em comédias? Muita gente já viu a trilogia do Sergio Leone, mas quantos assistiram aos close-ups de Era uma vez no Oeste se agigantarem na tela grande?
Num futuro cada vez mais próximo que testemunhará o fim da película cinematográfica (ou seu uso cada vez mais restrito), Paolo Cherchi Usai imaginou um cenário em que toda cópia em película se tornará um objeto "único", uma peça de museu, sendo logo tratada da mesma forma. Usai previu, por exemplo, o estabelecimento de novos procedimentos para o empréstimo de um filme, como a necessidade de uma cópia viajar acompanhada de um funcionário responsável por sua integridade, assim como acontece com o transporte de um quadro ou escultura de um museu para outro. Isso implica uma nova postura das salas de cinema, que se as cinematecas buscam respeitar, os centros culturais ainda precisam se adequar. Afinal, o mesmo CCBB já teve problemas por danificar cópias raras durante a projeção em algumas de suas mostras. Quando há cuidado e precaução, há falta de adequação: os projetores do CCBB não estão aparelhados para exibir a velocidade do cinema silencioso (16, 18 ou 20 fotogramas por segundo). Hoje, na mostra John Ford, o filme Bucking Broadway (1917), cuja duração seria de 49 minutos, foi exibido em menos de trinta, com tudo se movendo mais rápido na tela... Se no Rio, que eu saiba só a Cinemateca do MAM, o Cine Odeon e o IMS tem projetores com mecanismos para variação de velocidade, esse "luxo" é algo que mesmo os Centros Culturais mais "sérios" devem possuir ou adquirir.
Se há novas demandas para os organizadores das mostras, uma nova postura tem sido exigida também dos espectadores. No início das sessões da mostra John Ford, seus organizadores gentilmente alertam o público sobre intervalos que ocorrerão na projeção durante os rolos (ou seja, a cada 22 minutos aproximadamente) devido à manutenção das pontas de segurança de cada rolo. Não é frescura e o mesmo já é exigido para a exibição de cópias novas cedidas pela própria Cinemateca Brasileira (foi o caso de O bandido da Luz vermelha, numa mostra que produzi dois anos atrás). Agora, passa a ser exigida uma certa tolerância do espectador diante de uma cópia que se tornou uma peça de museu - uma obra da cultura de massa que ganhou status de obra de arte. Se estamos acostumados a ler um gibi em nossas mãos, dobrando as páginas para trás, o mesmo não pode ser feito mais com um número raro de Batman ou Super-homem, exibido em museus com luz controlada, atrás de vidros ou a uma distância mínima do público.
Se com a sofisticação dos multiplex e o altíssimo do preço dos ingressos ver um filme novo vai se tornando uma diversão elitista como ir a um concerto ou à ópera, assistir a uma cópia 35mm de um filme antigo, por sua vez, vai se transformando em algo como uma ida a um museu. Bem, assim como os museus do Rio também lotam quando exibem exposições de Rodin ou Picasso, por que não o CCBB numa mostra de John Ford?

domingo, 10 de outubro de 2010

Home movie day

Segue o anúncio de uma excelente iniciativa da Cinemateca Brasileira, promovida graças ao trabalho de Lila Foster, crítica e pesquisadora de cinema que tem se dedicado ao tema (e à causa) do filme familiar e sua preservação no Brasil. O "dia do filme caseiro" (por que o nome não foi traduzido para português?) tem ocorrido com sucesso em diversos países, sendo uma forma, inclusive, dos arquivos reunirem os novos filmes familiares, feitos no efêmero suporte digital, que, diferentemente dos antigos filmes em 9,6mm, Super 8mm etc., podem ser apagados facilmente ao alcance de um botão DEL (delete).
Esperamos que a idéia vingue não só em São Paulo, mas em várias outras cidades do país.


HOME MOVIE DAY
16 de outubro de 2010
A Cinemateca Brasileira celebra pela primeira vez, no dia 16 de outubro, o HOME MOVIE DAY. Iniciativa criada por arquivistas audiovisuais preocupados com a preservação e a difusão de filmes amadores produzidos nas bitolas 9.5mm, 8mm, Super-8 e 16mm, o HOME MOVIE DAY nasceu em 2003 e, atualmente, é celebrado em diversas cidades e cinematecas do mundo.
Registros familiares, filmes de viagem, documentários e produções experimentais e narrativas ficcionais rodadas por equipes não-profissionais, esses materiais tornaram-se praticamente invisíveis. Levando em conta a importância da produção amadora enquanto expressão artística e documento histórico, o HOME MOVIE DAY faz parte de um esforço internacional para a conservação e exibição desse valioso acervo. Para festejar a data, a Cinemateca Brasileira reúne em dois programas uma seleção de raridades de seu acervo e curtas realizados pela produtora Mistifilmes, criada em 1975. Além disso, reserva também um espaço na grade de programação do dia para a projeção de filmes trazidos pelo próprio público.
O primeiro programa inclui curtas rodados nas décadas de 1930 e 1950 pelo fotógrafo Sioma Breitman, na cidade de Santa Maria (RS). Nascido na Ucrânia em 1903, Breitman abandonou sua terra natal para fugir da Revolução Russa. Chegou a Porto Alegre em meados dos anos 1920, onde abriu um estúdio e fotografou inúmeras personalidades da política e das artes da época – entre elas, o presidente Getúlio Vargas e o compositor Heitor Villa-Lobos. Tomado pela “febre do 16mm”, registrou cenas de sua vida familiar e eventos militares e eclesiásticos.
Também serão exibidas cinco produções do Foto-cine Clube Gaúcho, fundado em Porto Alegre em 1951, por um grupo de fotógrafos amadores. Além do curta policial O Caso da joalheria, de João Carlos Caldasso, o programa apresenta as animações Guerra e paz, de Nelson França Furtado, Dentista Bossa-Nova, de Moacyr Flores, e a comédia O Padre nu, também de Caldasso, baseada no conto O Homem nu, de Fernando Sabino. Fecha o programa um dos filmes domésticos feitos pelo médico Fernando Machado Moreira nos anos 1950. Originalmente depositados na Cinemateca Capitólio, em Porto Alegre, os materiais serão exibidos em cópias restauradas pela Cinemateca Brasileira, fruto de projeto patrocinado pela Petrobras.
O segundo programa é composto por seis produções da Mistifilmes, empresa liderada pelo cineasta amador Gercio Tanjoni e que realiza filmes de maneira independente, sem fins lucrativos. Em atividade desde a década de 1970, dedica-se à luta pelos valores ecológicos, em diálogo com a cultura hippie. Dentre os filmes programados, destacam-se Caminhos, seu primeiro super-8, e os documentários Folclore de Engenheiro Goulart e Jardim Nazaré, ambos dirigidos por Tanjoni, e que reúnem imagens raríssimas de bairros da cidade de São Paulo na década de 1980, locais ainda não afetados pelo progresso desordenado.
Como participar do Home Movie Day ?
Cineastas amadores ou quaisquer pessoas que tenham registros familiares nas bitolas 8mm, super-8 e 16mm, e queiram assisti-los em tela grande, podem trazer seus filmes à Cinemateca para exibição no HOME MOVIE DAY. O horário para recebimento dos filmes, no dia 16 de outubro, é das 13h00 às 17h00. Antes da projeção, os materiais serão avaliados e preparados pela equipe da Cinemateca. Caso apresentem condições técnicas adequadas, serão exibidos ao público a partir das 18h00, respeitando um limite de, no máximo, 20 minutos para cada realizador/colecionador.
Não indicado para menores 12 anos
CINEMATECA BRASILEIRA
Largo Senador Raul Cardoso, 207
próximo ao Metrô Vila Mariana
Outras informações: (11) 3512-6111 (ramal 215)