terça-feira, 10 de agosto de 2010

Programa Moacyr Fenelon

Uma mostra no Instituto Moreira Salles irá marcar o encerramento do projeto de restauração dos filmes de Moacyr Fenelon pelo Instituto para Preservação da Memória do Cinema Brasileiro, liderado por Alice Gonzaga, da Cinédia, com coordenação técnica de Hernani Heffner.
Produzidos por Fenelon, um dos criadores da Atlântida, mas que abandonou os estúdios após Severiano Ribeiro assumir seu controle acionário, trata-se de um conjunto de cinco longa-metragens raros e que agora finalmente vão poder voltar a a ser vistos nas telas.
Alguns desses filmes foram realizados em co-produção com a Cinédia - uma das poucas empresas que tem investido na preservação de suas obras cinematográficas - e representam um panorama único do cinema brasileiro do final da década de 1940. É importante ressaltar que da produção da Atlântida, criada em 1941 e que lançou seu primeiro longa-metragem (Moleque Tião) em 1943, muito pouco sobreviveu dessa primeira fase. Desse modo, os filmes produzidos por Fenelon representam documentos únicos desse momento de transição do cinema brasileiro para a década de 1950, marcada pela consolidação das chanchadas dirigidas por José Carlos Burle, Watson Macedo e Carlos Manga e pelo surgimento do chamado "cinema independente" com Nelson Pereira dos Santos, Alex Viany, Roberto Santos, entre outros.
Além disso, esses filmes revelam que enquanto a Vera Cruz estava sendo criada em São Paulo, no Rio de Janeiro Fenelon investia numa produção diversificada, que incluia filmes carnavalescos, comédias, policiais e melodramas.
Enfim, o programa é imperdível para todos os amantes do cinema brasileiro.


PROGRAMA MOACYR FENELON

Nos dias 18 e 19 de agosto, o IMS-RJ realiza, em parceria com a Cinédia e a Associação Brasileira de Cineastas, o programa Moacyr Fenelon, que resgata a obra do diretor, produtor, técnico de som e roteirista. A programação inclui sessões dos cinco filmes do diretor que foram restaurados pelo Instituto para Preservação da Memória do Cinema Brasileiro (IPMCB) e dois debates.

Os cinco filmes incluídos no programa foram realizados na fase final da carreira do cineasta, de 1948 a 1951. Obrigado, doutor, Poeira de estrelas e O dominó negro têm direção assinada por Fenelon; e dois filmes produzidos por ele: Estou aí?, de Cajado Filho, e A inconveniência de ser esposa, de Samuel Markenzon.

Os títulos restaurados são documentos históricos da era de ouro do filme popular brasileiro e registram as mudanças sofridas na estrutura da sociedade brasileira após a Segunda Guerra Mundial.

Na quarta, dia 18, logo após a exibição de O dominó negro, às 18h30, Hernani Heffner comanda o primeiro debate com o público sobre o tema O cinema de Fenelon. Na quinta, fechando o programa, Luiz Alberto Rocha Melo participa de debate sobre o tema Lourdinha e Emilinha: Poeira de estrelas logo após a sessão do longa A inconveniência de ser esposa, que terá início às 18h.

PROGRAMAÇÃO

quarta-feira, dia 18

14h: Poeira de estrelas, de Moacyr Fenelon (Brasil, 1948. 80’)

16h: Obrigado, doutor, de Moacyr Fenelon (Brasil, 1948. 85’)

18h30: O dominó negro, de Moacyr Fenelon (Brasil, 1950. 85’)

20h: O cinema de Fenelon

Debate com Hernani Heffner

quinta-feira, dia 19

14h: Obrigado doutor, de Moacyr Fenelon (Brasil, 1948. 85’)

16h: Estou aí?, de Cajado Filho (Brasil, 1949. 105’)

18h: A inconveniência de ser esposa, de Samuel Markenzon (Brasil, 1951. 71’)

20h: O cinema na década de 1950

Debate com Luiz Alberto Rocha Melo. Tema: Lourdinha e Emilinha: Poeira de estrelas


Nenhum comentário: